sexta-feira, 8 de junho de 2012

ARTES PINTURA COM MOLDE



Pintura com molde
Valéria Peixoto de Alencar

 Objetivos
Conhecer a técnica de pintura usando máscara.
Executar uma pintura.

Comentários
O uso de máscaras ou moldes é muito comum na pintura. O Grafite, exemplo de arte urbana é uma possibilidade da pintura desse tipo. A proposta dessa aula é conhecer a técnica e as possibilidades para sua execução. O texto sobreGrafite do UOL Educação pode ser usado como início de uma pesquisa sobre artistas que trabalham com máscaras e moldes em seus trabalhos.

Material
  •  cartolina
  •  tesoura
  • lápis
  • giz de cera ou caneta hidrocor ou tinta guache.

Estratégia
Levar imagens para a sala de aula que contenham trabalhos feitos com moldes/máscaras e moldes prontos (possíveis de encontrar em papelarias e lojas de material para artesanato).
Propor aos alunos que criem moldes na cartolina, lembrando que as máscaras podem ser vazadas ou para contorno.

Atividade
  • Os alunos devem criar moldes, desenhando na cartolina e recortando-os.
  • Posicione-os sobre a superfície que quer pintar (papel, tela, parede, tecido etc.) de maneira a formar a composição desejada.
  • Pintar (contorno ou internamente) com o material desejado.

Sugestões
Utilizar o molde em outras superfícies se possível, na parede, forrada ou não, moldes com um tema e expor para toda a escola.
Também pode ser um trabalho interessante, a pintura no tecido, podem fazer moldes, utilizá-los sobre uma camiseta, isso é uma boa sugestão de atividade que pode ser dada como presente para os pais.
Interdisciplinaridade com História, já que temos esse tipo de técnica presente em pinturas rupestres.

é historiadora formada pela USP e Mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp. É uma das autoras do livro Arte-educação: experiências, questões e possibilidades (Editora Expressão e Arte).

Artes Sequência Didática



Vamos ao teatro

Objetivos 
- Aprender a se comportar como um espectador de teatro. 
- Reconhecer a interpretação dos atores, a dramaturgia, os cenários, a iluminação, o uso da música, o uso de elementos de animação etc. 
- Observar o que tem relação com a atuação dos atores, como a interpretação e a gestualidade. 
- Reconhecer e apreciar recursos de iluminação, cenário e figurinos. 

Conteúdo
- Apreciação. 

Anos 
1º ao 5º. 

Tempo estimado 
Cinco aulas. 

Material necessário 
Cartolina e canetas coloridas. 

Flexibilização
Na hora de selecionar o espetáculo, investigue se ele oferece recursos que estimulem os demais sentidos além da visão - como texturas nos figurinos e no cenário, uso de instrumentos musicais, riqueza na trilha sonora ou diferentes cheiros de objetos explorados em cena. Esses recursos ajudam a incluir o aluno com deficiência visual na apreciação da trama. Também é possível apostar no recurso da audiodescrição. Trata-se de fazer a descrição oral do que acontece em cena no intervalo das falas dos atores, com o cuidado de deixar brechas para que o aluno cego possa fazer suas próprias interpretações da peça. Registre todas as etapas da discussão e estimule o seu aluno a fazer o mesmo em braile. 

Desenvolvimento 
1ª etapa
Selecione uma peça de teatro adequada à faixa etária da turma. Alguns dos parâmetros podem ser a própria obra e o histórico dos artistas. Busque material informativo sobre o espetáculo, como o cartaz de divulgação, e o que já foi publicado sobre ele em veículos especializados de imprensa, como críticas e reportagens. 

2ª etapa
Decidido o espetáculo e agendada a data para vê-lo, é hora de conversar com as crianças e analisar com elas o material reunido na etapa anterior. Se a peça tiver como tema alguma história que o grupo já conhece, organize uma roda de conversa para retomar o que os alunos sabem. Caso se trate de uma história inédita, incentive comentários a respeito do material lido. 

3ª etapa
Pergunte aos alunos como acham que a história vai ser apresentada no teatro. Estimule a discussão sobre como serão representados os lugares. Levante com a garotada o que precisa haver num teatro para que a gente saiba o que é cada lugar. E quanto aos personagens? Quantos atores serão necessários para encenar a peça? Se o número de personagens for maior que o de integrantes do grupo teatral, provoque as crianças perguntando o que será feito para resolver um desafio como esse. Será que personagens infantis serão feitos por crianças? Qual será o figurino? Como é possível saber na hora da apresentação quem é quem? O objetivo dessa conversa é fazer um aquecimento com as crianças para a apreciação. Registre essas hipóteses em um cartaz para retomá-las depois do espetáculo. 

4ª etapa
Apresente e discuta com as crianças termos, funções e contextos específicos do teatro. Por exemplo, leia com elas a ficha técnica do espetáculo. Pergunte que funções aparecem nela. Questione a função do elenco, do dramaturgo, do diretor, do designer de luz etc. 

5ª etapa
É chegada a hora de assistir ao espetáculo. É importante falar com os alunos sobre como se comportar em uma sala. Ir ao banheiro antes evita o entra e sai. A peça de teatro é uma arte realizada ao vivo e conversar em voz alta durante a encenação desconcentra o elenco e também é falta de educação. Apesar disso, o teatro é sempre um encontro imprevisível entre os atores e o público e algumas montagens podem ser mais interativas, pedindo uma participação ativa do público. Converse com as criancas a respeito para que aprendam a notar essas características, respeitá-las e desenvolver a sensibilidade para interagir na intensidade adequada. Somente a experiência de ir ao teatro confere aos estudantes a possibilidade de compreendê-lo cada vez mais e elaborar o comportamento espectador.

6ª etapa
De volta à escola, retome o cartaz e estimule a turma a compará-lo com o que foi visto no palco.

Avaliação 
Observe se os alunos são capazes de reconhecer e comentar as características específicas da arte teatral, como a interpretação dos atores e os elementos cênicos. É possível também avaliar com base na leitura de críticas teatrais e convidá-los a refletir: todos concordam com elas?


Consultoria: Paula Zurawski
Consultora das temporadas infantis do Teatro Alfa, na capital paulista.

FEIRA DE CIÊNCIA


"Submarino"

MATERIAL:
1 Copo d'água
1 Garrafa de plástico transparente com água
1 Tampa de caneta sem furo na ponta
Massa para modelar

COMO FAZER:
1-Faça uma bola de massinha
2-Prenda a massinha na parte de baixo da tampa
3-Para saber se a tampa da caneta está correta, coloque-a dentro do copo d'água ( a tampa deverá ficar flutuando na posição vertical; se for preciso, tire ou coloque mais massinha ). 
4-Coloque a tampa dentro da garrafa com água
5-Tampe a garrafa


O QUE ACONTECE:

O submarino está flutuando. Mas se você apertar os lados da garrafa, o submarino desce.

POR QUE ACONTECE? 
A tampinha só flutua quando está cheia de ar. Quando você aperta a garrafa a água entra dentro da tampinha, comprimindo o ar, assim ela fica pesada e afunda.
A massinha é como se fosse o corpo (tanque) especial que os submarinos têm. Eles enchem o tanque de água, o submarino afunda. Esvaziam o tanque, o submarino sobe.


Data: 08/06/2012

REPORTAGEM


A água é um recurso natural esgotável
Estudos sobre o sistema hídrico mundial são unânimes em indicar que, se a média de consumo global de água não diminuir no curto prazo, teremos problemas de escassez. O Brasil, que tem uma parcela significativa de água doce, também está ameaçado.
Luís Souza (novaescola@atleitor.com.br). Ilustrações: Rogério Fernandes

Você acorda de manhã, acende a luz, toma um banho quente e prepara o café. Após se alimentar, limpa a boca com um guardanapo e lava a louça. Vai ao banheiro, escova os dentes e está pronto para dirigir até a escola para mais um dia de trabalho. Se parar para pensar, vai ver que, para realizar todas essas atividades, foi preciso usar água. A energia vinda das quedas d’água (via hidrelétricas) é que faz lâmpadas acenderem, chuveiros aquecerem e geladeiras refrigerarem. E para produzir o guardanapo que você passou pela boca é necessária muita água. Sem esquecer que o combustível de seu carro também contém
a substância. 

Usando uma expressão que tem a ver com o tema, seria "chover no molhado" dizer que a água é essencial para a nossa vida. Sem ela em quantidade e qualidade adequadas, não é apenas o desenvolvimento econômico-social e a nossa rotina que ficam comprometidos, mas também a nossa própria sobrevivência. Só existimos porque há água na Terra. Por isso, a disponibilidade desse recurso é uma das principais questões socioambientais do mundo atual. De acordo com o relatório trienal divulgado em 2009 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 2025, cerca de 3 bilhões de pessoas - mais da metade da população mundial - sofrerão com a escassez de água. "Se a média de consumo global não diminuir, o cotidiano da população pode ser afetado drasticamente, inclusive no Brasil", diz José Galizia Tundisi, presidente do Instituto Internacional de Ecologia de São Carlos e autor de livros sobre o tema (leia o artigo na última página)

Para ficar por dentro do assunto, o primeiro passo é compreender que, diferentemente do que ocorre com as florestas, a água é um recurso que tem quantidade fixa. Em teoria, dá para reflorestar toda a área desmatada da Amazônia, pois as árvores se reproduzem. Mas não é possível "fabricar" mais água. Segundo O Atlas da Água, dos especialistas norte-americanos Robin Clarke e Jannet King, a Terra dispõe de aproximadamente 1,39 bilhão de quilômetros cúbicos de água, e essa quantidade não vai mudar. Desse total, 97,2% dela está nos mares, é salgada e não pode ser aproveitada para consumo humano. Restam 2,8% de água doce, dos quais mais de dois terços ficam em geleiras, o que inviabiliza seu uso. No fim das contas, menos de 0,4% da água existente na Terra está disponível para atender às nossas necessidades. E a demanda não para de crescer.


A escassez hídrica na África é um problema econômico
Robin Clarke e Jannet King fazem um alerta: "Não se engane: o abastecimento de água no mundo está em crise, e as coisas vêm piorando". A crise a que eles se referem pode ser de três tipos. Há escassez física quando os recursos hídricos não conseguem atender à demanda da população, o que ocorre em regiões áridas, como Kuwait, Emirados Arábes e Israel, ou em ilhas como as Bahamas. E existe a escassez econômica que assola, por exemplo, o Nordeste brasileiro e o continente africano. Há ainda regiões ou países que vivem sob o risco de crises de abastecimento e de qualidade das águas pelo uso exagerado do recurso. Austrália, Espanha, Inglaterra, Estados Unidos e Japão sofrem com isso. "A recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU) é que o consumo médio seja de 50 litros diários por habitante. Há países em que esse índice não passa de 5 litros. Já nas regiões mais desenvolvidas, uma pessoa usa em média 400 litros por dia", diz Tundisi. 

A crise pode ser explicada por vários motivos: desmatamento, ocupação de bacias hidrográficas, poluição de rios, represas e lagos, crescimento populacional, urbanização acelerada e o uso intensivo das águas superficiais e subterrâneas na agricultura e na indústria. "Especialmente nos últimos 100 anos, o impacto da exploração humana dos recursos hídricos aumentou muito e trouxe consequências desastrosas", comenta Tundisi. De fato, segundo a Unesco, de 1900 a 2025, o total anual de consumo de água no mundo terá aumentado quase dez vezes.


O Brasil tem um bom volume de água, mas usa mal o recurso
FIM DO DESPERDÍCIO Não poluir os rios é mais inteligente e viável economicamente do que limpar suas águas. E o consumo tem de diminuir: a ONU recomenda o uso diário de  50 litros por habitante, mas há regiões em que a média é de 400 litros.Foto: Antonio Milena/Getty Images
O Brasil detém entre 12 e 16% da água doce da superfície terrestre. O país possui bons índices de chuva, o Amazonas é o rio de maior volume e nosso território ainda abriga o aquífero Guarani, o maior do mundo. Um aquífero é um reservatório subterrâneo, aonde a água das chuvas chega por infiltrações no solo arenoso. O Guarani se estende por 1,2 milhão de quilômetros quadrados e abrange oito estados brasileiros, além de áreas da Argentina, do Paraguai e do Uruguai. Essa água toda pode ser aproveitada com a construção de poços artesianos, o que já ocorre em vários locais. Se há recursos, por que os especialistas alertam que a situação é preocupante? "Essa abundância deve ser vista com reserva, pois a distribuição é irregular", diz Pedro Jacobi, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e Coordenador do Projeto Alfa, da Comunidade Europeia sobre Governança da Água na América Latina e Europa. 

"No Brasil, há muito desperdício, a distribuição não combina com as necessidades da população e a poluição é um grande problema", resume Tundisi. "A bacia do Tietê, por exemplo, está interligada com a bacia do Prata e a poluição do rio Tietê já chegou até lá. O país tem de se preparar para uma mudança na maneira com que lida com a água. Em vez de despoluir, é necessário pensar em não poluir. Isso é mais viável até economicamente, pois o rio saudável rende dividendos, além de a despoluição custar caro", diz Tundisi. A poluição das águas nacionais ainda é agravada pela falta de saneamento básico, que faz com que mais de 20% dos lares brasileiros lancem seu esgoto em córregos, rios e represas. Além disso, o desperdício não ocorre apenas pelo consumo da população. Calcula-se que mais de 30% da água encanada no Brasil seja perdida em vazamentos.


As soluções são conhecidas, mas não representam um consenso
NOVOS CAMINHOS A crise de abastecimento de água é real e estápiorando. Um dos caminhos para alcançar a sustentabilidade do recurso é a gestão integrada e o estímulo da reciclagem, com oaproveitamento da chuva e o controle da irrigação nas atividades agrícolas. Foto: Ryan McVay/Getty Images

No livro Colapso: Como as Sociedades Escolhem o Fracasso ou o Sucesso, o norte-americano Jared Diamond examina por que algumas civilizações deram certo e outras sucumbiram ao longo da história. Para ele, o uso da água e o superaquecimento global são questões que, caso não sejam solucionadas, podem destruir a nossa civilização. Com o foco nessa questão, a ONU criou a Década da Água (que vai de 2005 a 2015). Nesse período, deve haver uma concentração de esforços em reverter o quadro de deterioração do recurso no planeta. O fato é que já se diagnosticaram as causas do problema e as soluções são conhecidas, mas não há um consenso sobre como implementá-las. 

Pedro Jacobi lista medidas que poderiam ser tomadas, como a fiscalização da exploração dos aquíferos, leis severas contra a poluição, reciclagem e aproveitamento de águas da chuva e controle do recurso usado na agricultura. Além disso, ele prega uma gestão de recursos hídricos participativa, integrada e descentralizada: "Temos de encontrar tempo para refletir e participar do debate sobre o fato de que até hoje a humanidade tem sido predatória e não pode mais ser assim, pois os recursos são finitos".


Problema de gestão
Sergio Lima/Folha Imagem/Folha Press
José Galizia Tundisi
Presidente do Instituto Internacional de Ecologia e professor titular da Universidade Feevale

A situação hídrica no Brasil envolve problemas de quantidade e de qualidade. Todos os sistemas de águas continentais, tanto os de superfície como os aquíferos subterrâneos, têm sofrido pressão permanente pelos usos múltiplos, pela exploração excessiva e pelo acúmulo de impactos de várias magnitudes e origens. Em vista disso, nesta década, o Brasil precisa lidar com desafios específicos no que diz respeito ao gerenciamento desse recurso. 

Apesar de o Brasil possuir entre 12 e 16% da água doce da superfície do planeta, o país sofre com a distribuição irregular, a poluição e o desperdício. É fundamental a introdução de novos paradigmas, como a gestão integrada, a otimização de usos múltiplos e o aproveitamento integral, incluindo a reutilização, o tratamento adequado e a baixo custo e a economia de água. 

Um dos principais desafios é melhorar a qualidade da água na zona rural, que é bem inferior à da urbana. Os problemas apresentados no campo se devem principalmente ao saneamento básico, ainda precário, além da contaminação por transmissores de doenças tropicais. Nessas questões, há exemplos a ser seguidos. Os países desenvolvidos tratam esgoto, cuidam dos mananciais e procuraram antecipadamente desenvolver tecnologia e programas de controle. Já nas nações subdesenvolvidas, houve um retardo: apenas para exemplificar, nos Estados Unidos, o esgoto tratado fica próximo a 100%, enquanto na América Latina não passa de 30%. 

Outro desafio importante é reduzir o recurso utilizado na agropecuária de produtos de exportação, como soja, café, laranja e carne. Com esse consumo excessivo, estamos, no fim das contas, exportando também esse precioso bem. Há ainda questões como garantir à população das periferias das grandes cidades o acesso à água potável e de boa qualidade. Nos grandes centros urbanos, os rios e as represas estão poluídos, e já há casos de estresse hídrico em áreas notadamente populosas. 

Com tudo isso, uma coisa fica clara: chegou a hora de o país se preparar para uma mudança na maneira como lida com a água, adotando uma visão mais ampla sobre esse recurso, que inclui valores estéticos e culturais. Faz-se necessário um conjunto de alterações conceituais na gestão, como o desenvolvimento de programas de integração de sistemas e criação de comitês de estudo. Mais do que nunca, é preciso pensar a gestão unificada em nível nacional, que aborde a recreação, o turismo e a navegação. Enfim, o conjunto de usos múltiplos da água.


Quer saber mais?
CONTATOS 
José Galizia Tundisi
Maria Teresinha Figueiredo
Pedro Jacobi

BIBLIOGRAFIA
Água no Século XXI - Enfrentando a Escassez
, José Galizia Tundisi, 256 págs., Ed. Rima, tel. (16) 3411-1729,
54 reais
Colapso: Como as Sociedades Escolhem o Fracasso ou o Sucesso, Jared Diamond, 686 págs., Ed. Record, tel. (11) 3286-0802, 70 reais
O Atlas da Água, Robin Clarke e Jannet King, 128 págs., Ed. Publifolha, tel. 0800-140-090, 40 reais

FEIRA DE CIÊNCIA

Origem e destino dos recursos naturais

Projeto
Feira de Ciências sobre água
Objetivos 
- Reconhecer características da água. 
- Associar o uso da água a algumas de suas características. 
- Perceber a interferência do homem no meio ambiente. 

Conteúdos 
- Características e propriedades da água. 
- Distribuição da água no planeta. 
- Utilização da água pelo homem. 

Anos 
3º ao 5º. 

Tempo estimado 
Dois meses. 

Material necessário 
Água, copo de papel, folha de papel, vela, fósforo, recipiente plástico, giz, suco em pó ou corante, garrafa PET, açúcar, sal e detergente. 

Flexibilização 
Para trabalhar esta sequência com alunos com deficiência auditiva (com compreensão inicial de Libras e em processo de alfabetização), na primeira etapa, oriente-os individualmente, explicando em detalhes como será cada etapa da atividade. Ao falar para o grupo, dirija-se ao aluno com deficiência e estimule sua leitura orofacial. 
Na segunda etapa, amplie o repertório do aluno sobre o tema, encaminhando leituras e atividades junto ao AEE ou como lição de casa. 
Na terceira etapa, estimule a participação do aluno com deficiência fazendo perguntas dirigidas apenas a ele e peça que socialize suas ideias com o grupo. 
Na avaliação, combine antecipadamente com o aluno como será sua participação na Feira de Ciências. Caso sua comunicação com o público seja limitada, ele pode se sentir mais representado pelos registros em cartazes ou vídeos feitos com o grupo. 

Desenvolvimento 
1ª etapa 
Informe aos alunos que eles farão um trabalho para ser apresentado numa feira de Ciências sobre o tema "Água". Divida a turma em grupos com, no máximo, cinco integrantes, e avise que todos estudarão vários aspectos ligados ao assunto. É importante lembrá-los de que o evento será investigativo. Caberá aos estudantes envolvidos no projeto, portanto, fazer a mediação com os visitantes da feira durante o processo de construção de alguns conhecimentos. 

2ª etapa 
Para dar início à preparação da feira, deixe que os alunos observem você colocar um pedaço de papel na chama de uma vela para que ele pegue fogo. Em seguida, trabalhe as seguintes questões: 1) Por que, ao ser posto no fogo por alguns instantes, um copo de papel com água não pega fogo? A água do copo esquenta? Você pode fazer uma demonstração dobrando uma folha de papel em forma de cone e colocando dentro dele um pouco de água. Depois, aproxime-o da chama da vela. As crianças perceberão que, dessa vez, o papel não pega fogo, pois a água é capaz de absorver a maior parte do calor. Peça sugestões de outros casos em que a capacidade térmica da água seja evidenciada. Exemplo: quando entramos no mar ou em uma piscina à noite e sentimos que a água está quente (essa sensação se deve justamente ao fato de a água ter passado o dia inteiro absorvendo calor); 2) Por que a água é considerada um solvente universal? Os estudantes podem fazer misturas de água com sal, açúcar e detergente para notar que todas essas substâncias se dissolvem; 3) Por que, quando molhamos a barra da calça na chuva, ela acaba ficando úmida até quase a altura dos joelhos? Para explicar esse fenômeno, chamado capilaridade, proponha experimentos como os seguintes: em um recipiente, coloque um pouco de água e adicione corante ou suco em pó. Depois, peça que os alunos mergulhem a ponta de um giz branco no líquido. Eles verão que a parte colorida "subirá" além do ponto em que o giz foi mergulhado. O mesmo pode ser observado ao mergulhar em um recipiente a ponta de uma toalha de banho; 4) Por que alguns insetos são capazes de "andar" na superfície da água? Esse é o gancho para abordar outra propriedade importante da água: a tensão superficial. Faça uma investigação sobre o tema com a turma; 5) A água disponível na natureza vai acabar um dia? Para discutir o assunto, leve para a sala uma garrafa PET e monte um modelo de escala da água do planeta. Se toda ela coubesse numa garrafa de 2 litros, quanto desse total seria doce? Resposta: apenas três ou quatro colheres de sopa. Quanto dessa água doce está em forma líquida e disponível para consumo? Resposta: aproximadamente três gotas. Durante a atividade, faça perguntas sobre a utilização desse recurso natural pelo homem e as possíveis consequências do uso inconsciente. 

3ª etapa 
É hora de a garotada elaborar a problematização que será desenvolvida junto aos visitantes da feira de Ciências. Explique que ela deve estar relacionada aos seguintes conteúdos: 1) Características e propriedades da água; 2) Distribuição da água no planeta; 3) Utilização da água pelo homem. Garanta que, durante as aulas, os estudantes tenham contato com esses conteúdos. É fundamental que eles pesquisem, façam experimentos e escrevam sobre os três temas. 

4ª etapa 
Explique à turma que a feira de Ciências que vocês pretendem organizar só será investigativa se os visitantes participarem das atividades. Dê alguns exemplos de como isso pode ser conseguido. Uma estratégia é propor aos estudantes que trabalhem em grupo para solucionar um problema, deixando claro que os questionamentos apresentados por você durante as aulas de preparação para a feira podem ser repetidos com os visitantes. Avise que você estará por perto o tempo todo para ajudar. Produto final Feira de Ciências. 

Avaliação 
Avalie a participação de cada aluno e verifique se os objetivos de aprendizagem foram atingidos. Uma breve apresentação do trabalho em sala de aula, antes da feira, pode ser um bom momento de avaliação.


Consultoria: Carolina Luvizoto
Formadora de professores da Sangari Brasil, em São Paulo.

ARTES VISUAIS


Projeto
O grafite dentro e fora da escola
Objetivos 
- Debater sobre as manifestações artísticas em espaços não-convencionais.
- Experimentar o caráter transgressor da arte.
- Conhecer e debater sobre as relações entre a arte e a política.

Conteúdos
- Relações entre a arte e a política.
- O grafite como expressão poética e política.

Anos 
6º ao 9º ano

Tempo estimado 
Oito aulas

Material necessário 
- para as apreciações e aulas expositivas de contextualização - imagens pesquisadas na internet para serem utilizadas durante todo o projeto (podem estar em Power Point ou serem impressas e coladas em cartões para serem manuseadas pelos alunos) e textos de apoio para os alunos (veja sugestões abaixo).
- para o mural, fanzine ou jornal- material gráfico e cópias para tiragem e circulação junto à comunidade.
- para o grafite - tintas para parede de várias cores, rolos, pincéis e trinchas, esponjas, papéis diversos para colagem, pratos e potes para colocar as tintas e para limpeza do material. 
- para a realização de estêncil - plástico de capa transparente e caneta de retroprojetor para fazer o desenho, estiletes para cortar o estêncil, e fita crepe para fixar o estêncil na parede. 
- Para a proposta de ampliar o projeto coletivo na parede - plástico transparente e caneta de retroprojetor para realização do projeto e retroprojetor para o projetar o desenho na parede.

Desenvolvimento 
1ª etapa
Inicie o projeto debatendo sobre as diferenças entre o grafite, a pichação e a “pichação". Há uma diferença entre estas duas últimas manifestações, que não se restringe ao modo de grafar as palavras.

Uma quantidade significativa de alunos terá argumentos para diferenciar o grafite, a pichação e o picho. Pode ser um bom caminho escrever estas três palavras no quadro e perguntar: “Qual mais aparece na cidade?” Discutir sobre o lugar em que aparecem também, pois o grafite e a pichação são feitos normalmente em paredes e muros, estão mais próximos de nosso ponto de vista. A pichação manifesta de modo mais incisivo a demarcação de território, ocupação, e este pode ser um dos motivos de serem feitos em locais que nos leva a questionar: “Como os pichadores chegam ao topo dos prédios, em lugares improváveis de viadutos e pontes?” Como verdadeiros alpinistas, picham em paredes e vidros, portas e postes.
Tematizar a atitude é fundamental para evidenciar a diferença. Não há dúvida que as três manifestações tenham carga de transgressão. Consideradas como articulação entre arte e política para aqueles que as realizam, o mesmo não se pode dizer a respeito das instituições e do público, que muitas vezes questionam suas atitudes, considerando-as depredatórias, além de provocar poluição visual.
As pichações, que surgem historicamente como espaço de expressão de ideias políticas, lança mão da linguagem verbal, são frases ou palavras de ordem. Podem também ser frases poéticas ou declarações de amor e amizade. O picho expressa o espaço em disputa, e as palavras ou frases utilizadas são grafismos indecifráveis para as pessoas que não fazem parte do grupo (como o Grupo Pichação, de São Paulo. O grafite tem caráter transgressor pela vontade de levar a arte para fora dos muros da instituição (como Alex Valauri, o pai do grafite no Brasil). A maioria dos grafites explora a linguagem visual, mas podem também trazer com frases ou palavras trabalhadas plasticamente com formas e cores.
Segundo Moacir dos Anjos, curador da 29ª Bienal de São Paulo, “... a ‘pichação’, ou simplesmente o pixo, com 'x' mesmo, grafia usada por seus praticantes para diferenciar o que fazem hoje em São Paulo das pichações político-partidárias, religiosas, musicais, ou mesmo ligadas à propaganda que há vários anos enchem os muros e paredes da cidade, a despeito do quão 'limpa' ela queira apresentar-se. E queremos incluí-lo porque achamos que o pixo borra e questiona os limites usuais que separam o que é arte e o que é política”, em http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/720657-pixo-questiona-limites-que-separam-arte-e-politica-diz-curador-da-bienal-de-sp.shtml
A proposta é que esse projeto didático ganhe um caráter político, uma vez que vamos dar voz aos alunos, além de dar espaço para que atuem com expressividade.
Quando se fala em pichação, todas as pessoas que moram em grandes centros urbanos podem ter voz. Os muros e paredes das ruas e viadutos, prédios e fachadas de casas são alvos da vontade de alguém se apropriar da cidade. Por esta razão, todas as pessoas que moram na rua, no bairro e na cidade estão dentro do debate – mas estando na escola, podemos torná-lo mais organizado e recheado de informações.
Como o assunto é polêmico e envolve diferentes pontos de vista, é propício levar a proposta para uma dimensão política. Citando novamente Moacir dos Anjos, “Lembro que política é aqui entendida não como espaço de apaziguamento de diferenças, mas justamente o contrário. Ou seja, como o espaço formado pelos atos, gestos, falas ou movimentos que abrem fissuras nas convenções e nos consensos que organizam a vida comum. Ou seja, como bem coloca o filósofo francês Jacques Rancière, política entendida como esfera do ‘desentendimento’".
O debate pode acontecer em todas as classes em que você leciona, separadamente, mas é fundamental que o que acontecer em cada uma delas seja comunicado para todos os envolvidos no projeto. Para isto, os alunos podem ser organizados como em uma assembleia, quando todos podem ter voz e um tempo determinado para defender sua posição. Para realizar os registros, a turma pode ser dividida em três, sendo que cada grupo fica responsável por anotar ideias referentes ao grafite, a pichação e a “pichação".
Após a assembleia, apresente algumas imagens que ilustrem os diferentes tipos de manifestação e pequenos textos que definam melhor cada uma delas. Todas as ideias que circularam podem ser reunidas para que possam ser compartilhadas pela comunidade: um mural no corredor, um jornal ou um fanzine.

2ª etapa
As aulas seguintes podem ter situações alternadas de apreciação, contextualização e produção. Se o projeto for proposto para diferentes séries, do 6º ao 9º ano, é importante que em cada série ganhe um tratamento didático diferente, e que haja uma progressão nos desafios colocados. Um exemplo é propor que cada série se dedique a estudar diferentes aspectos: a dimensão coletiva da manifestação, o suporte em espaços públicos, as características das marcas pessoais características etc. Esses estudos também devem ser divulgados entre as turmas, por isso é importante reservar tempo para sistematização dos conhecimentos construídos em um mural ou produção de um jornal ou fanzine.


3ª etapa
Convide todos a realizar um grafite na escola – antes disso, defina o lugar em que cada série vai trabalhar. Para sensibilizar o olhar dos alunos, vale a pena observar os lugares escolhidos por diferentes artistas para que eles tenham referências. Lance perguntas que favoreçam relacionar imagem e espaço, conforme as sugestões abaixo.

Saiba que serão necessárias pelo menos cinco aulas para que os alunos elaborem projetos, possam receber suas orientações, e participem de situações de apreciação que dialoguem com os projetos criados.
Os artistas Leonardo Delafuente (D lafuen T) e Anderson Augusto (SÃO) criaram o Projeto 6emeia e espalharam pelos bairros paulistanos da Barra Funda e do Bom Retiro vários grafites em bueiros e bocas de lobo. Os desenhos podem inspirar questões: o que mais poderia ser pintado na boca de lobo? Que outros elementos da cidade sugerem a criação de imagens e quais imagens, por exemplo, um poste, a faixa de pedestre? Veja as imagens disponíveis em:http://somentecoisaslegais.com.br/geral/49-grafites-criativos-em-bueiro-e-boca-de-lobo
Zezão olha para os elementos e questões da cidade. Questione: quais aspectos invisíveis podem ser explorados? A proposta é aprofundar a relação com os lugares, e não enfeitá-los. E nós, como podemos fazer isto?
Pode ser interessante olhar para os elementos arquitetônicos da escola como possíveis suportes para o grafite. Para isso, pergunte: de memória, quais elementos são atrativos para fazer o grafite? É muito bacana ver como os grafites dos irmãos Osgemeos se ajustam perfeitamente à arquitetura, como se os lugares dissessem “Aqui cabe uma figura humana” e... “aqui se ajusta perfeitamente uma cabeça”. Os elementos construídos se humanizam, a intervenção provoca a reflexão sobre como as pessoas se relacionam com o crescimento da cidade e espaços cada vez mais ocupado por construções. Houve transformações significativas em nosso bairro? Quais? Como poderíamos comentar estas transformações por meio de imagens? Mostre algumas imagens emhttp://www.verveweb.com.br/jornalismo/osgemeos_adrianapaiva.html.
Após a apreciação de imagens, é chegada a hora de caminhar pela escola, tanto nos espaços internos quanto nos externos, para investigar as potencialidades de cada um. É fundamental compartilhar com os alunos o propósito desta investigação: é a partir dela que vão emergir as ideias para a realização dos grafites.
Enquanto é feita a caminhada pela escola, vale fazer intervenções que provoquem os alunos a refletir sobre a relação que estabelecem com o espaço, tais como: “vamos pensar em uma palavra para este lugar?”, “que tipo de ações ocorrem aqui?”, “como nosso corpo ocupa este espaço?”, “este canto guarda alguma memória?” ou ainda, “vamos encontrar um lugar em que houve um acontecimento marcante”.
Para as áreas externas, o mesmo pode acontecer, com perguntas do tipo: “quais são as características da rua da escola?”, “quem são as pessoas que circulam por essa rua?”, “e que imagens vocês gostariam de criar neste espaço para dialogar com os passantes?”, “qual a sua relação com esta rua?”, “além do muro da escola, quais outros elementos arquitetônicos podem servir de suporte para a realização do grafite?”. Oriente os alunos a fazer registros fotográficos e por escrito para que nada se perca. Apoie a turma no momento de expor as ideias após a caminhada e também ajude a definir o projeto de cada classe.
Com estas informações planeje a aula seguinte, analisando os lugares apontados como os mais interessantes, além das primeiras ideias trazidas pelos alunos. Pense nos agrupamentos que podem ser feitos em cada série. No 6º ano, por exemplo, a proposta pode ser trabalhar coletivamente, favorecendo aprendizagens relacionadas à partilha de ideias, conhecimentos e responsabilidade de cada um.
Seguindo este raciocínio, no 7º ano, o trabalho pode ser realizado em pequenos grupos, no 8º ano em duplas, e, no 9º ano, pode ser um grande desafio que os próprios alunos definam se gostariam de realizar projetos individuais, em duplas ou em grupos – afinal, este tipo de organização é um aspecto determinante no processo de criação.
Para aprofundar os conhecimentos dos alunos, enriquecer e alimentar os projetos, leve referências. Algumas sugestões:
- Para as turmas que forem realizar trabalhos de caráter coletivo, leve referências das pinturas murais, um recorte que favorece o papel político da arte, principalmente no que diz respeito a sua função e relação com o público. A proposta prática pode estar mais relacionada aos procedimentos de pintura mural, e o principal material para fazer isto é o pincel. O projeto pode ser realizado em formato A4, em um acetato, e projetado na parede com retroprojetor. O desenho é passado para o local em que o grafite será realizado. Antes da pintura é importante fazer um estudo de cor para que todos possam participar de modo apropriado da produção. Saiba mais sobre o muralismo na Enciclopédia do Itaú Cultural.
- Se o trabalho for elaborado por pequenos grupos, vale olhar em propostas realizadas por coletivos. O JAMAC- Jardim Miriam Arte Clube pode ser uma referência boa para pensar sobre o envolvimento da comunidade e a transformação dos lugares em que vivem. Esta abordagem amplia a ideia de que fazer o grafite restringe-se a embelezar os lugares. Veja mais em:http://afonsopost.blogspot.com.br/2010/06/monica-nador-e-o-jamac.html
Para a proposta prática, os alunos podem aprender a técnica de estêncil,  ou combinar diferentes linguagens, como pintura e colagem, como na imagem ao lado, do coletivo Matilha Cultural. Veja mais em: Grafite - Coletivo Matilha Cultural - Centro/SP
- Para a turma que for trabalhar em duplas, ouvir depoimentos de grafiteiros que trabalham em dupla se organizam. Os informantes podem ser os próprios alunos, para o caso dos que já praticam este tipo de atividade, ou amigos dos alunos. Assistir a alguns vídeos para analisar o modo como os grafiteiros, pichadores e “pichadores" pensam a relação com o espaço e com a cidade pode ser bem instigante.
Titifreak, por exemplo, explora a relação entre a palavra e a imagem, favorecendo abordar as diferenças entre grafite e “pichação". http://titifreak.blogspot.com.br/
Os alunos podem criar poemas visuais, que dialogam com o grafite, com a pichação e com a “pichação" também.
- Outro possível caminho pode ser focar na institucionalização do grafite, a ampliação do circuito de arte, fazendo a seguinte pergunta: “Qual o motivo de levar o grafite, manifestação de rua e urbana, para as instituições de arte, como museus e galerias?” e “O que significa trazê-lo para dentro da escola?”
As ações podem tencionar mais as relações com a comunidade, mas tudo precisa ser feito com cautela e em comum acordo, para que essa ação não provoque uma recusa por parte da instituição de abarcar e apoiar o projeto. Afinal, a proposta é estudar arte, fazer um exercício de ação poética e política, diferente do que fazem os grafiteiros profissionais. Sobre esse assunto não faltam depoimentos na rede.
Os alunos podem trabalhar com propostas dentro e fora da escola, fazendo um grafite no muro e criando objetos e pinturas que dialoguem com outros espaços internos.

Produto Final
Se os registros foram sendo compartilhados no mural, todos os envolvidos no projeto podem organizar uma apresentação oral para a comunidade ou, se esta proposta for inviável, podem se reunir em pequenos grupos para apresentações para outras classes, para os pais, para os funcionários da escola. Para o caso do fanzine, este pode ser editado e lançado para marcar a finalização do projeto. Por fim, se o jornal foi produzido para documentar todas as etapas do processo, um último número pode ser lançado.


Avaliação
Para finalizar o projeto, é importante retomar as primeiras ideias dos alunos (aquelas que foram registradas), refletir sobre como se transformaram ao longo do processo, e concluir com uma pesquisa sobre o impacto dessas ações junto à comunidade.


Consultoria Marisa Szpigel
Coordenadora de Arte da Escola da Vila, na capital paulista.

AULA FORA



PLANO DE AULA


O Sol e as estrelas vão guiar a turma

Objetivos
Compreender os conceitos da física que possibilitaram a orientação dos navegadores europeus durante a expansão marítima 


Introdução
"Desembarcamos logo na espaçosa Parte, por onde a gente se espalhou, De ver cousas estranhas desejosa Da terra que outro povo não pisou; Porem eu com pilotos na arenosa Praia, por vermos em que parte estou, Me detenho em tomar do Sol a altura E compassar a universal pintura." 


Nesses versos de Os Lusíadas, Luís de Camões usa "a universal pintura" como metáfora para mapa-múndi. Compassá-la significa traçar rotas náuticas sobre o mapa. Assim como Leonardo da Vinci, tema da reportagem "Um Gênio Entre Nós" (págs. 80 a 84), o mais importante poeta histórico de língua portuguesa era também um grande conhecedor das ciências. A formação dos dois era parecida com a que se busca hoje no ensino. Foi pensando na idéia do "homem completo", tão importante no Renascimento, que o professor Renato da Silva Oliveira propôs este roteiro de trabalho. 


Atividades
1. Proponha que os alunos leiam antecipadamente "O Salto de Qualidade" (págs. 48 a 52) e façam as montagens do astrolábio e da balestilha indicados nos quadros. Os professores de Matemática e de Artes devem ajudar na construção. Pode-se explorar o uso dos aparelhos planejando aulas ao ar livre, inclusive noturnas, para observar a posição do Sol e das estrelas. 


2. Reserve um tempo para mostrar como se processa o movimento de rotação da Terra e, em conseqüência, como se dá o movimento aparente do Sol. Fale também sobre o geomagnetismo. O fenômeno é complexo, mas os alunos vão compreendê-lo. Algumas bactérias, peixes e aves têm sensibilidade natural para esse fenômeno, mas como somos desprovidos dela, necessitamos de bússolas. Explique como esses aparelhos funcionam. 


3. Para medir a altura do Sol com o astrolábio, separe os alunos em duplas: um para segurar o barbante e fazer a leitura do ângulo, o outro para alinhar o canudo com os raios solares. 


O alinhamento pode ser percebido quando a sombra do canudo, com formato circular, aparecer sobre a folha de papel que deve ser usada como anteparo. O procedimento é chamado de "pesagem do Sol". Depois de anotar o momento de cada leitura, eles podem comparar as várias medições feitas pelas duplas e calcular os valores médios. Aproveite para explorar os conceitos de média e desvio. Mostre que a direção das sombras que o Sol projeta quando passa por seu ponto mais alto no céu corresponde à orientação Norte-Sul geográfica. A turma perceberá as dificuldades práticas da "pesagem do Sol" em terra firme e poderá avaliar os problemas da medição em alto mar. 


4. Conforme o número e os horários das medições, você pode determinar, junto com a classe, a direção dos pontos cardeais (N, S, L, O) e compará-la com a direção obtida a partir de bússolas, no mesmo local. Assim, mostrará na prática como se determina a declinação magnética de um local. 


5. Se tiver mais tempo, explique como se calcula a latitude do ponto de observação a partir das medidas da altura do Sol. Sabendo a data da observação e lembrando que a inclinação da Eclíptica em relação ao Equador Celeste é 23,5º, pode-se calcular a posição aproximada do Sol na Eclíptica e quanto ele está afastado do Equador Celeste. 


6. Tente agendar uma atividade noturna para mostrar a aplicação da balestilha na medição da distância angular entre duas estrelas e entre a Lua e uma estrela. A construção do instrumento e o modo de usá-lo podem ser vistos no quadro acima. Como aparece na figura, quando as laterais do cartão central da balestilha apontam para duas estrelas, pode-se medir o ângulo entre elas. Quanto maior for esse ângulo, mais próximo o cartão estará do olho. 


7. Com a coordenação dos professores de História e Geografia, proponha uma pesquisa traçando paralelos entre os empreendimentos das navegações, por Portugal e Espanha, no Renascimento, e as viagens espaciais, dos Estados Unidos e União Soviética, na época da Guerra Fria. É preciso salientar que toda analogia tem vantagens e limites. Considere, por exemplo, a duração das viagens. A de Cabral ou a de Vasco da Gama podiam ser de meses ou anos. Já a de Yuri Gagarin durou menos de duas horas. Em comum, Portugal, Espanha, Estados Unidos e União Soviética tinham motivos e capacidade tecnológica para empreender suas viagens. 


8. Após a leitura da nota "Morte a Distância" (pág.64), proponha a seguinte questão: "Se o movimento dos corpos lançados obliquamente só foi elucidado por Galileu Galilei depois de 1600, como os canhoneiros dos navios conseguiam acertar seus alvos?" Muitos sábios dos séculos XV e XVI, período das navegações, imaginavam que a trajetória de uma bala de canhão fosse uma linha reta inclinada enquanto ela subia, e uma linha vertical quando ela descia. Mais de um século foi necessário para descobrir a forma parabólica dessas trajetórias. 


9. "Um Gênio Entre Nós" permite um debate sobre a especialização e generalização, tomando como base a figura de Leonardo da Vinci, autor do desenho que forma o fundo destas páginas. Ponha em discussão esse tema: até que ponto vale a pena compartimentar os conhecimentos? O que é mais vantajoso para a sociedade: formar pessoas especialistas ou generalistas?

1. Trace duas diagonais no quadrado de papelão, para marcar o centro dele. 
2. Desenhe um círculo com 12 a 14 centímetros de diâmetro, centralizado no papelão. 
3. Risque duas retas perpendiculares, passando pelo centro. Acima da parte superior do círculo, faça um quadrado com 1 centímetro de lado. 
4. Recorte o círculo e o quadradinho de cima, no papelão. 
5. Com o auxílio do transferidor, marque graduações de 0 a 90 graus, de 1 em 1 grau, nos quadrantes indicados no esquema. 
6. Faça dois furinhos próximos ao centro do círculo e distantes 0,5 centímetro um do outro. Cada furinho deve ficar num dos quadrantes não graduados. Um terceiro furo deve ser feito no quadrado pequeno acima do círculo. 
7. Passe o barbante pelos três orifícios e amarre a borracha na parte de baixo. 
8. Insira o canudo entre o barbante e o papelão, como mostra o quadro. O astrolábio está pronto.

1. No cartão, marque as linhas indicadas na primeira figura. 
2. Recorte as quatro abas laterais, conforme indicado. Assim se formarão duas peças iguais, como na figura. 
3. Passe cola apenas nas áreas marcadas e junte as duas partes, pelas laterais. 
4. Grampeie sobre as linhas pontilhadas laterais. 
5. Encaixe a régua no orifício formado entre os grampos. Os alunos terão de marcar, na régua, uma escala de ângulos, fazendo corresponder as medidas angulares às marcações em centímetros.



Consultoria Renato da Silva Oliveira
Professor de Física do Colégio Objetivo, de São Paulo

Projeto - Sarau infantil


 LITERATURA INFANTIL
Objetivos
- Ampliar o repertório de poesias conhecidas pela turma.
- Utilizar a linguagem oral, adequando-a a uma situação comunicativa formal.
Conteúdo
- Comunicação oral.
Anos - Pré-escola.
Tempo estimado
Dois meses. 

Material necessário
·           Filmadora
·           Caixa de papelão
·           Aparelho de som
·           CD A Arca de Noé - Vols. 1 e 2 (vários intérpretes, Universal Music Brasil, 16 reais)
Livros
·           A Arca de Noé (Vinicius de Moraes, 64 págs., Ed. Cia. das Letrinhas, tel. 11/3707-3500, 46,50 reais)
·            Poemas Desengonçados (Ricardo Azevedo, 56 págs., Ed. Ática, tel. 0800-115-152, 26,90 reais)
·           Mais Respeito, Eu Sou Criança (Pedro Bandeira, 80 págs., Ed. Moderna, tel. 0800-172-002, 29,50 reais)

Flexibilização
Para ampliar a capacidade de comunicação e expressão de crianças com deficiência auditiva e auxiliá-las a utilizar libras, posicione as crianças em semicírculo no momento da leitura, para que visualizem o educador, os colegas e o intérprete. É importante que todos falem um de cada vez, para facilitar a compreensão. Apresente os autores por meio de fotos e estimule a criança a declamar, em libras, poemas que já conhece. Você também pode declamar algumas poesias para servir como modelo de leitor. Explique a todos as etapas do projeto e apresente uma nova poesia às crianças a cada dia. Peça à criança surda que observe a expressão facial e os movimentos do corpo do intérprete quando este estiver declamando. Proponha que a criança leve um bilhete para casa pedindo que os pais escrevam uma poesia para ser apresentada aos colegas. Incentive a criança surda a participar da confecção da "caixa mágica" e explique que ali serão colocadas as poesias e os livros utilizados no projeto. Apresente à criança a poesia que ela irá declamar junto com dois ou três colegas. Convidar um surdo adulto para declamar na sala em libras para que a criança tenha outros exemplos também é uma boa alternativa. Filme a criança surda declamando com o seu grupo e num segundo momento retome o vídeo para que juntos possam ver o que precisa ser melhorado. No dia do sarau, é interessante que a poesia que será declamada em libras seja lida para a plateia. Registrar todos os avanços da criança é fundamental.

Desenvolvimento
1ª etapa - Pergunte quais poemas às crianças conhecem e estimule-as a declamar. Convide-as a conhecer outros, mostrando os livros selecionados. Leia em voz alta alguns deles, caprichando na entonação. Compartilhe a ideia de organizar um sarau de poesia e convidar os pais para assistir ao evento. Explique que para isso é preciso conhecer vários poemas e aprender a declamá-los.

2ª etapa - Apresente algumas faixas do CD de poesia musicada para familiarizar a turma com o gênero.

3ª etapa - Leia para os pequenos todos os dias os livros escolhidos para o projeto. Converse com eles sobre as poesias e como se deve declamar, cuidando da entonação e da altura da voz, para que o público compreenda e ouça com clareza o que for dito. Como tarefa de casa, oriente que peçam aos pais para recitar e registrar por escrito poemas e versinhos que apreciem. Use a caixa de papelão para guardar os textos poéticos fornecidos pelos pais, os livros e o CD.

4ª etapa - Leia a poesia Bola de Gude, do livro Poemas Desengonçados, chamando a atenção da turma para a entonação, dicção e altura da sua voz. Proponha que a recitem coletivamente. Repita o procedimento com outros poemas. Use a filmadora para gravar esses momentos.

5ª etapa - Exiba o vídeo para que as crianças possam analisar como estão se saindo e em que precisam melhorar. Ajude-as apontando o que estiver adequado também.

6ª etapa - É hora de selecionar o que será apresentado no sarau. Perguntem às crianças quais são os textos prediletos delas e decidam se as declamações serão feitas individualmente, em duplas, trios ou grupos maiores. Convide as famílias para o evento.

7ª etapa - Ensaie com a turma os poemas. Filme novamente e exponha as imagens para que todos possam se aperfeiçoar.
Produto final
Sarau infantil.

Avaliação
Observe e registre o avanço das crianças no que se refere à apropriação na forma de se expressar em situações de comunicação formal.

Retirado da revista Crescer- acesso 29/05/2012
http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI3335-10536,00.html